Balanizando um pouco também...

Lá estavam meu irmão e eu (o burro na frente, como diria o professor Girafales) em uma calorosa (termicamente falando) noite de sábado, vivendo tudo o que a vida nos tem a oferecer. Devido a abundante diversidade de possibilidades diante de meus olhos, nada mais adequado do que vagar por canais aleatórios enquanto degustávamos um delicioso x-egg-presunto-sem-salada-com+carne-por-favor. Não entusiasmando-me mais com os mestres da retórica nos canais religiosos, tão pouco com as atordoantes peculiaridades do canal japonês (certa vez fiquei acompanhado por mais de 5 minutos um oriental apresentar um gráfico. não acreditando que ele continuava a falar do gráfico, mudei de canal. 20 minutos depois retornei ao canal e ainda estavam lá, ele e o gráfico), resolvi explorar territórios nunca dantes explorados por mim. Como um bom bandeirante português, muito já fui terra adentro na imensidão desse país, mas desta vez resolvi retornar às sedes das capitanias hereditárias e ver o que se passavam lá. Ah, só para avisar, gosto de testar as minhas próprias resistências e, se possível, a das pessoas ao meu lado também, principalmente em se tratando de extrair diversão de programas toscos na televisão. Sim, eu finalmente assisti ao BBB por mais de 20 segundos. Perdi até a noção de tempo com tamanha oferta de coisas a se observar. Espiei na casa. Me tornei um brother. Além da certeza em ter escutado o apresentador balbuciar "Big Bost(a)" ao invés de "Big Brother", fato confirmado pelo meu irmão, o acontecimento do dia era a escolha do 'paredão'. Os escolhidos foram os 2 homens remanescentes. Normalmente não faria sentido falar isso, mas... um era negro e o outro branco. Foram dados 30 segundos para cada um deles tocarem o coração do povo brasileiro e convencerem o público a deixá-los permanecerem na casa. O primeiro a defender-se foi o negro. Começou ressaltando que foi uma pessoa honesta, que jogou de forma limpa, só usou das armas que foram usadas contra ele antes, entre outras coisas que qualquer pessoa na situação dele falaria. Ah, pelo que percebi, ele não tinha muita chance contra a popularidade do outro concorrente, então em um momento de desespero final ele discursou "Gostaria também de pedir a ajuda da comunidade negra para me darem uma força, porque um negro nunca ganhou este programa". Perai. Será que ele tem alguma noção do que ele está falando? Vamos tentar ter pelo menos um pingo de empatia, ok? Imagina agora se o segundo concorrente, loiro, chegasse para se defender e pedisse "ajuda da comunidade branca". Pensa bem, o preconceito está de qual lado? A primeira coisa que iriam fazer quando ele saisse de lá seria enforcá-lo em praça pública. E se o negro ganhar depois de falar isso, as pessoas baterão palmas para ele.

Tem uma coisa que não entendo desde pequeno. Desde novo eu tinha um sentimento estranho quanto a isso, mesmo sem entender direito. O quê? Racismo no Brasil? Esse é o país mais miscigenado do mundo. Toda sala de aula tem pelo menos 1 representante de cada canto do mundo. Um 'negro', um 'branco', um 'amarelo' e, às vezes, até mesmo um 'vermelho' (eu sempre era o loirinho da sala, do time, etc). Bom, entre aspas porque sempre achei estranho catalogar as pessoas pela cor. Não que eu ache isso um insulto, muito pelo contrário. A cor da sua pele, assim como qualquer outra característica física marcante, muito dizem sobre as suas origens (e somente isso, nada mais). Apenas acho meio infantil e sem muito sentido, pois se falar a nacionalidade já é algo tão amplo, imagina a cor da pele. Obs: nunca chame um japonês de chinês ou um chinês de japonês, ok? E isso vale para koreanos também. Mas então, as pessoas vêm falar de racismo aqui? Isso não soa um tanto irônico para vocês também não? Falar de racismo em uma comunidade restrita protestante conservadora de direita nos Estados Unidos é uma coisa, mas falar disso aqui? Sem dúvida aconteceu antigamente, mas o milênio é outro, muita coisa já aconteceu. Tá, sei que esse era exatamente o momento que algumas pessoas espreitavam para dizer que "os descendentes de negros estão sofrendo as consequências da história do Brasil". Assim como essas pessoas, eu também tenho respostas na ponta da língua. Minha família é a resposta. Meus bisavós vieram da Alemanha em 1921 sem saber uma palavra de português, sem dinheiro nenhum no bolso e ainda por cima eram completos estrangeiros nesse país no início do século XX. Eles nem em estaca zero estavam, estavam em débito. Querem mais desvantagem do que isso? Mas não é por isso que vou sair na rua com uma camiseta escrito '100% Branco', pedir cotas, nem muito menos fazer um monumento em homenagem ao homem branco em frente ao Shopping Vitória. Não que eu sinta vontade de fazer essas coisas, são totalmente irrelevantes para mim, mas por quê os negros têm direito de fazer essas coisas e eu não? Não vejo igualdade nisso. Talvez realmente o preconceito racial exista aqui... (tanto que eu vou ser criticado por estar falando tudo isso ai acima)

4 comentários:

Jules disse...

não há razão para tacar pedra em quem está certo. ;)

Leleco disse...

pedra, papel, tesoura.

Leleco disse...

vejam garotos:
http://noticias.uol.com.br/tabloide/tabloideanas/2007/03/21/ult1594u990.jhtm

Anônimo disse...

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